QUAIS SÃO OS RECURSOS DISPONÍVEIS ATUALMENTE NA TERAPIA CAPILAR PARA TRATAMENTO DE CALVÍCIE?
Olá pessoal,
Vamos iniciar o tema a ser discorrido com uma resposta: Sim, a calvície tem tratamento!!
A alopecia androgenética (AAGA), conhecida também como calvície, é uma das causas mais comuns de queda de cabelo. Esse tipo de alopecia (que possui um fator genético e um hormonal envolvidos) pode atingir tanto o sexo masculino quanto o feminino, pois as causas estão associadas à etiologia (origem), com o fator genético sendo o principal, aos receptores androgênicos (porta de entrada nos folículos pilosos para o início do afinamento), e a um aumento da biodisponibilidade de hormônios androgênios (hormônios que acentuam as características masculinas), sendo que este último citado não é uma regra.
Por volta da década de 1950, foi desenvolvida uma escala que pontua o grau de evolução da calvície. Em meados de 1975, ganhou mais formas onde foi reafirmado e deixado bem claro que o quadro de alopecia androgenética é progressivo, e pode evoluir de forma rápida, levando até 10 anos até a forma final do quadro ou, tardiamente, 40 anos depois dos primeiros sinais. Abaixo segue a escala de evolução da calvície tanto em homens, quanto em mulheres:
ESCALA DE EVOLUÇÃO DA CALVÍCIE EM MULHERES
ESCALA DE EVOLUÇÃO DA CALVÍCIE EM HOMENS
Então, podemos interpretar através dos estudos e dos gráficos já construídos que existe uma possibilidade de tratar a alopecia androgenética, mas dentro desse processo, que é extenso, sabemos que há dois modos de ter sucesso nesse quadro:
- Quanto mais rápido o início do tratamento, melhor para alcançar resultados mais expressivos e com o máximo de preservação da qualidade do fio e do tempo que ele passa na fase de crescimento (fase anágena).
- Integrar recursos de áreas diversas dentro da saúde, desenvolvendo, assim, um tratamento vetorizado aumentando as chances de “blindar” os pontos negativos e aumentar os positivos em relação ao resultado.
Abaixo, alguns métodos de tratamentos, como o laser capilar, o microagulhamento e os tratamentos naturais (argilas e óleos essenciais) para alopecia androgenética (calvície) e seus efeitos:
LASER DE BAIXA INTENSIDADE (LBI)
- PROMOVER O AUMENTO DE ATP (ADENOSINA TRIFOSFATO): RESPONSÁVEL POR DAR ENERGIA ÀS NOSSAS CÉLULAS E MELHORAR, ASSIM, TODO SEU TRABALHO METABÓLICO;
- ANTI-INFLAMATÓRIO: NESTA ALOPECIA, EXISTE UM INFLAMAÇÃO SUBCLÍNICA (NÃO PERCEPTÍVEL A OLHO NU) ENVOLVIDA E QUE PRECISA SER TRATADA;
- AUMENTAR A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA: AUMENTA O APORTE DE NUTRIENTES E OXIGÊNIO AO FOLÍCULO;
- INDUTOR BIOFÍSICO DE FATORES DE CRESCIMENTO: ESTIMULAR A MITOSE E O COLÁGENO DO FOLÍCULO PILOSO, DANDO MAIOR SUSTENTAÇÃO E RESISTÊNCIA AO FIO;
- FIBRINOLÍTICO: DIMINUI A RIGIDEZ DO FOLÍCULO PILOSO CAUSADO PELO PROCESSO MICROINFLAMATÓRIO PRESENTE NA AAGA;
- BLOQUEAR A HIPERATIVIDADE DA 5 – ALFA REDUTASE: ENZIMA QUE AUMENTA A PRODUÇÃO DO DHT (DI-HIDROTESTOSTERONA) HORMÔNIO RESPONSÁVEL PELA EVOLUÇÃO DA AAGA.
RECURSOS NATURAIS E MANUAIS, ARGILA, ÓLEOS ESSENCIAIS E MASSAGEM CAPILAR
- AUMENTAR A CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA LOCAL;
- DIMINUIR A ESPESSURA DAS CAMADAS MAIS SUPERFICIAIS, MELHORANDO A ENTREGA DE ATIVOS AO COURO CABELUDO;
- PROMOVER UM RELAXAMENTO E TAMBÉM AUMENTAR A FLEXIBILIDADE NO COURO CABELUDO;
- ESTIMULAR O CRESCIMENTO, MELHORAR PROCESSOS INFLAMATÓRIOS E CICATRIZAÇÃO COM ATIVOS NATURAIS, QUE BEM ADMINISTRADOS POSSUEM MENOR RISCO DE EFEITOS COLATERAIS.
MICROAGULHAMENTO NA CALVÍCIE
- PRODUZIR FATORES DE CRESCIMENTO QUE ATUAM DIRETAMENTE NO FOLÍCULO;
- AUMENTAR EM MAIS DE 80% A PERMEAÇÃO DOS ATIVOS PRESENTES NOS TÔNICOS PARA TRATAMENTO CAPILAR;
- AUMENTAR A NUTRIÇÃO E OXIGENAÇÃO NO FOLÍCULO PILOSO;
- PROMOVER A FORMAÇÃO DE NOVOS VASOS.
Fizemos um estudo com a técnica de microagulhamento no último Congresso Internacional de Tricologia e Ciência Cosmética, realizado em outubro do ano passado, que inclusive foi premiado em primeiro lugar.
Espero que gostem e que entendem, meus caros leitores, é possível tratar e ter cabelo por mais tempo com muita qualidade. Até a próxima.
“Atualmente, graças aos avanços na área da saúde e tecnologia, temos disponíveis recursos que nos possibilitam uma melhor performance no tratamento da calvície, e inclusive com menos efeitos colaterais. E como o prof. Eduardo Motta mencionou em seu texto, quanto mais cedo se inicia o tratamento, maiores são as chances de sucesso e satisfação. Para quem tem histórico familiar (predisposição genética), oriento fazer um check-up anualmente com seu tricologista para que ele consiga detectar os primeiros sinais da calvície durante a dermatoscopia. Quando a falha já está perceptível a olho nu, significa que a alopecia já passou de seus estágios iniciais. Investigar outras causas também são importantes para que o tratamento evolua bem, pois é comum o paciente ter outras alterações sistêmicas que também estão impactando no cabelo. Quando ignoradas, o paciente pode não evoluir como esperado. Percebo também que quando o paciente é tratado de forma integral, as chances de sucesso são bem maiores. Por isso, contar com uma equipe multidisciplinar, onde cada profissional desempenha uma função específica e que pode colaborar com a conduta do outro, é de grande valia.”, comenta a Tricologista Dra. Anaflávia Oliveira, integrante da equipe médica da clínica Folyic.
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Referências Bibliográficas:
BRENNER, Mulinari, F; SOARES, I.F. Alopecia androgenética masculina: Revista de Ciências Médicas Campinas, v. 18, n. 3, p.153-161, 2009.
CONTIN, L, A.; Alopecia androgenética masculina tratada com microagulhamento isolado e associado a minoxidil injetável pela técnica de microinfusão de medicamentos pela pele. 2016.
SHAPIRO, J. Distúrbios capilares: conceitos atuais em fisiopatologia, diagnostico e tratamento. Editora Dilivros, Rio de Janeiro, 2015